Eu nunca tinha parado para pensar nas coisas que faço na minha vida. Muito menos nas minhas manias. Como ficar perto do telefone esperando ele tocar, molhar a pasta de dente da escova, passar manteiga no pão com presunto e queijo, dormir virada pro lado da parede, comer pizza com a mão e principalmente fazer xixi em pé. Não, isto não é escolha minha. Sou menina relaxa, mas acontece que a sujeira nos sanitários públicos é uma vergonha, eu que não me arrisco a sentar lá!
Eu sei que você pensou que tenho manias esquisitas, mas se você não tem todas elas, alguma há de ter.
É comum sermos parecidos em coisas esquisitas. Os seres humanos são esquisitos.
Mais esquisito ainda é ficar pensando em o quanto tenho sido esquisita. Aliás, agora confusa. Tá bom, já estou quase acabando.
O motivo disto tudo é que acho que as pessoas estão começando a perceber minhas manias, será que devo parar ou continuo com elas? Eu gosto delas, elas são parte de mim.
Como eu faria para tirar a manteiga do pão, para usar pasta sem molhar antes. Eu enlouqueceria se tentasse fingir que não estou esperando ele me ligar ao lado do telefone, e estaria sendo patética se negasse que muitas das vezes eu deixo o telefone tocar um pouco antes de atender, só para não ser pega na ansiedade de receber aquela ligação.
Você também tem suas manias, e tenho certeza que isto não o torna menos estranho do que eu, e nem mais normal. E é exatamente por isso que você não abre mão delas, porque para você elas já se tornaram normais.
Ser esquisito é normal, porque o esquisito também pode ser igual.
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