Exatamente nada mudou, desde pequena as coisas foram se moldando com a estrutura do que hoje chamo de presente, mas de alguma forma muito estranha sempre permaneceram as mesmas coisas.
Por este motivo, criei uma capa de proteção, onde me escondo por muito tempo. Quando sofro, é pra lá que eu corro, é lá que busco abrigo.
Sem escolhas, fui me escondendo, e fui virando uma mentira. Já não era mais a mesma, ninguém sabia realmente quem eu podia ser.
Dentro da capa, eu chorava, gritava e colocava pra fora toda dor. E assim que eu saia, armava um belo sorriso, e o deixava exposto para quem quisesse ver. Para quem pudesse acreditar.
O sorriso era perfeito, o senso de humor impecável. Enquanto que dentro de mim tudo mais parecia um caos, tudo era pranto, tudo era guerra, e por fora, um falso sorriso fazia com que todos acreditassem naquela mentira, pior é que deu certo, todos acreditavam.
Fui vivendo de mentira, me escondendo na minha capa onde eu mais gostava de estar. Estampar um sorriso era tarefa difícil, andar com uma escultura no rosto era quase que um fardo. Era bom quando podia retirá-lo e usar da minha própria face, expor minhas expressões. Só que esta ninguém reconheceria, ninguém aceitaria.
Fui virando reserva, medo, insegurança, e com o tempo, tudo que era difícil foi ficando fácil. Aparentar o que eu não era já estava virando minha especialidade. Genial, ou quase.

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