Estava tão mal acostumada em ouvir os próprios pensamentos que quando o fez achou estranho. Pensou, pensou e pensou, mas pensou errado!
Não pensava em mais nada a não ser no fim. Só sabia do fim, só falava do fim e acabara por ansiar o fim.
Sem perceber é claro, mas atraíra para si o final de tudo. Fosse bom ou ruim. Ela mesma dava um fim. E acabava por prolongar a dor.
Era ansiosa, inquieta e triste. E não se sabia explicar o porque.
Mas era simples. Ela precisava ouvir mais, acreditar mais. Levar tudo um pouco menos a sério.
Talvez se ela parasse para ouvir ela descobriria outro lado sem ser o fim. Ou aprenderia que o fim pode ser menos doloroso. Mas não, sofria por antecipação.
E agora, qual seria a próxima coisa a que ela daria um fim? A que ela ordenaria acabar?
Foi naquele dia que tudo mudou. Ela mudou. E o que se passava em sua mente? Seria o fim?
Naquele dia ninguém poderia explicar. Pela primeira vez ela se calara. Depois de muitos anos, aquela foi a única vez que ela ouvira alguém. E logo permanecia calada.
Ninguém a entendia, e ela não se explicava. Mas em seus olhos estavam as lágrimas, lágrimas estas que mostravam o fim de outra coisa. A sua voz!
Ela havia falado tanto que pela primeira vez se arrependera de tudo. Falava o que queria e pela primeira vez ouviu. Infelizmente ouviu o que não queria. Ouviu algo que doeu, algo que lhe feriu. E o que ela ouviu?
Ouviu a verdade. A mesma a quem ela nunca quis escutar, pra quem ela tampava os ouvidos.
Então chorava porque pela primeira vez ela escutou, exatamente por não saber, por não ter o que FALAR!
por Taiane Candido
por Taiane Candido
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