terça-feira, setembro 06, 2011

Fale menos e escute mais!



Ela falava tanto que não era capaz de ouvir os próprios pensamentos.Tinha milhares de dúvidas, problemas e não fazia ideia de como resolvê-los.De fato a resposta estava em sua mente, mas ela era ocupada demais para ouvir.Era mais fácil falar. Julgar fatos que não se comprovavam. Tentava imaginar o amanhã.Ela era fã da descrença, e só acreditava no fim das coisas.

Estava tão mal acostumada em ouvir os próprios pensamentos que quando o fez achou estranho. Pensou, pensou e pensou, mas pensou errado!
Não pensava em mais nada a não ser no fim. Só sabia do fim, só falava do fim e acabara por ansiar o fim.
Sem perceber é claro, mas atraíra para si o final de tudo. Fosse bom ou ruim. Ela mesma dava um fim. E acabava por prolongar a dor.

Era ansiosa, inquieta e triste. E não se sabia explicar o porque.
Mas era simples. Ela precisava ouvir mais, acreditar mais. Levar tudo um pouco menos a sério.
Talvez se ela parasse para ouvir ela descobriria outro lado sem ser o fim. Ou aprenderia que o fim pode ser menos doloroso. Mas não, sofria por antecipação. 
E agora, qual seria a próxima coisa a que ela daria um fim? A que ela ordenaria acabar?
Foi naquele dia que tudo mudou. Ela mudou. E o que se passava em sua mente? Seria o fim?
Naquele dia ninguém poderia explicar. Pela primeira vez ela se calara. Depois de muitos anos, aquela foi a única vez que ela ouvira alguém. E logo permanecia calada.

Ninguém a entendia, e ela não se explicava. Mas em seus olhos estavam as lágrimas, lágrimas estas que mostravam o fim de outra coisa. A sua voz!
Ela havia falado tanto que pela primeira vez se arrependera de tudo. Falava o que queria e pela primeira vez ouviu. Infelizmente ouviu o que não queria. Ouviu algo que doeu, algo que lhe feriu. E o que ela ouviu?
Ouviu a verdade. A mesma a quem ela nunca quis escutar, pra quem ela tampava os ouvidos.
Então chorava porque pela primeira vez ela escutou, exatamente por não saber, por não ter o que FALAR!






por Taiane Candido

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